Em 2012 foram verificados 2.530 ocorrências. Já no primeiro semestre de 2013 foram apurados 1.484 ataques, sendo 431 assaltos e 1.053 arrombamentos. Os dados são da 6ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravispp), com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas disponíveis de secretarias de segurança pública dos estados e informações de sindicatos e federações de vigilantes e bancários. O levantamento foi coordenado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região. O número de casos certamente foi ainda maior devido à dificuldade de levantar informações em alguns estados e pelo fato de que muitas ocorrências não são divulgadas pela imprensa. São Paulo é o estado que mais uma vez lidera o ranking, com 768 ataques. Em segundo lugar aparece de novo Minas Gerais, com 314, em terceiro a Bahia, com 220, em quarto o Paraná, com 210, e em quinto o Rio Grande do Sul, com 196.
Os estados que tiveram maior crescimento de casos foram Piauí (235,29%), Rio Grande do Norte (203,45%) e Paraíba (141,67%). Já os estados que tiveram maior redução de ocorrências foram Amapá (-83,33%), Mato Grosso (-76,22%) e Espírito Santo (-51,43%).
A região Sudeste segue com o maior número de ataques (1.170), seguida do Nordeste (933), Sul (515), Centro-Oeste (172) e Norte (154). Já as regiões que tiveram maior crescimento de ocorrências foram Nordeste (43,54%), Sudeste (33,41%) e Norte (14,93%). Houve redução de casos no Centro-Oeste (-50,86%) e Sul (-0,77%). A situação pode piorar porque os recentes postos de atendimento avançado do Bradesco e as novas agências de negócios do Itaú não possuem segurança. Enquanto qualquer condomínio toma medidas de segurança, esses bancos retiraram vigilantes, portas giratórias e outros equipamentos desses estabelecimentos, colocando em risco a vida de bancários e clientes.
Será encaminhada pelos vigilantes e bancários uma cópia da pesquisa para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando uma audiência para discutir os ataques a bancos e as medidas par a proteger a vida das pessoas. Já foi enviada a pesquisa nacional de mortes em assaltos envolvendo bancos, lançada em janeiro, apontando a ocorrência de 65 assassinatos em todo país no ano passado.
"Vamos cobrar providências do ministro para combater as mortes e os ataques a bancos, que ocorrem por negligência dos bancos, uma vez de que eles preferem fazer a gestão do lucro em detrimento da proteção da vida de trabalhadores e clientes", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
"Esses dados são muito importantes para o debate com o governo, os bancos, as empresas de segurança e a sociedade, assim como para a construção do projeto de lei de estatuto da segurança privada, que se encontra em elaboração no Ministério da Justiça, para atualizar a lei federal nº 7.102/83", destaca o presidente da Fetravisp, João Soares. "Os bancos não podem seguir tratando os arrombamentos como problema de segurança pública, uma vez que acontecem por causa das instalações vulneráveis de seus estabelecimentos e provocam uma sensação de medo e insegurança em trabalhadores e clientes", alerta o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
65 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2013
Outro diagnóstico da violência nos bancos é a pesquisa nacional sobre mortes em assaltos envolvendo bancos, elaborada pela Contraf-CUT e CNTV a partir de notícias da imprensa, com apoio técnico do Dieese.
Em 2013, o levantamento apurou a ocorrência de 65 assassinatos, média de 5,4 vítimas fatais por mês, um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 57 mortes.
São Paulo (17), Rio de Janeiro (11), Bahia (7), Ceará (6), Minas Gerai s (6) e Rio Grande do Sul (5) foram os estados com o maior número de casos.As principais ocorrências (49%) foram o crime de "saidinha de banco", que provocou 32 mortes, o assalto a correspondentes bancários (22%), que matou 14 pessoas, e o assalto a agências (12%), que tirou a vida de 8 pessoas. Mais uma vez, as maiores vítimas (55%) foram os clientes (36), seguido de vigilantes (10), transeuntes (5) e policiais (7). Dois bancários também foram mortos, além de outras cinco pessoas, muitos vítimas de balas perdidas em tiroteios.
"Entra ano, sai ano, e muitas pessoas continuam morrendo em assaltos envolvendo bancos, o que é inaceitável no setor mais lucrativo do pa&iacu te;s. Eles preferem gastar bilhões de reais com a segurança na nuvem a investir na segurança das pessoas”, frisa Ademir. "Os bancos cuidam da imagem, do marketing e da estética das agências como se fossem butiques, quando deveriam priorizar a segurança dos estabelecimentos", critica.
Via Bem Paraná