Quinta, 10 Maio 2012 11:08

Código Florestal Brasileiro: Existe como conciliar a preservação dos ecossistemas e o agronegócio?

Chegamos novamente ao nosso espaço para falar um pouco sobre O Código Florestal (ou Desflorestal) Brasileiro.

O agronegócio brasileiro é citado em diversas “poesias” como um dos mais conceituados do mundo, sendo co-responsável pela colocação brasileira, a frente da Inglaterra, uma das maiores potências mundiais alçando o 6º maior PIB. Assim, expressa sua competitividade, seu dinamismo e produtividade. E de fato, tudo isso é verdade, convenhamos. Agora pergunto: - Qual é o custo disso? Um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que posiciona o nosso país em 86º lugar, atrás de economias insignificantes no mundo, deixando evidente a desigualdade social.

Os homens detentores de grandes latifúndios estão preocupados apenas com o lucro imediatista. Não interessa a eles, em momento algum o que acontecerá nos anos subseqüentes para o meio em que vivemos! A visão egoísta e irracional de certas pessoas atropela o comprometimento da vida da população atual e futura.

Todos necessitamos de um país preocupado com a economia, isso é indiscutível, porém não se deve utilizá-la como pretexto para o enriquecimento de poucos.

A população em peso, artistas e ong´s estão aguardando a aprovação ou o veto da Presidenta Dilma das propostas de mudanças do Código Florestal, que propicia a anistia a quem cometeu crimes no passado.

 

O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, divulgou através de nota sua “profunda“ indignação: “Se o texto aprovado pelo Senado já significava anistia aos desmatamentos ilegais e incentivos a novos desmatamentos, os deputados conseguiram o que parecia impossível: torná-lo ainda pior. O texto revisado pela Câmara dos Deputados, além de ferir os princípios constitucionais da isonomia, da função social da propriedade e da proibição de retrocessos em matéria de direitos fundamentais, fere frontalmente o interesse nacional.
Usando hipocritamente o discurso de defesa dos pequenos proprietários, os dputados derrubaram as poucas melhorias que o Senado efetuou e aprovaram um texto que apresenta incentivos reais a novos desmatamentos, inclusive em nascentes e outras áreas de produção de água, ocupações em manguezais (apicuns), e permite benefícios econômicos mesmo para quem continuar a desmatar ilegalmente.

Questionamento: Um país que sediará o Rio+20 têm algo a comemorar com esse Código Florestal?

O que mais me espanta nessa história ainda é ter a certeza de que muita gente grande está ganhando horrores de dinheiro, que muitos financiadores de campanhas de deputados e senadores serão beneficiados e os impactos de tudo isso serão sentidos quando a terra se tornar infértil, a água acabar e os próprios não terão mais como plantar no solo pobre de nutrientes.

Nunca foi preciso dizer aos agricultores de antigamente, muito menos lhes proporcionar faculdades, para estes saberem que era necessário cuidar das matas para ter água e solo bom.

Sabemos sim, da potencialidade do Brasil sobre a dobra produção de alimentos, aliado a sustentabilidade. Chamamos isso de beneficio mutuo. Cada um precisa do outro para sua manutenção, para a manutenção da vida... a biodiversidade, para a sobrevivência das populações que dela dependem, para a agricultura familiar que produz nossa comida e para os demais produtores que precisam dos serviços ambientais.

Vamos pensar nisso, para que não seja preciso chegarmos ao ponto de sentirmos o  preço do progresso.... e junto dele vermos os leitos dos rios secos, as árvores serem consideradas lendas e os nossos filhos não aberem a quem recorrer... Todos gostam da sombra, mas muitos não plantam e cuidam uma árvore!

 

Há muita inversão de valores na nossa sociedade hoje, mas ainda bem que existem pessoas que buscam novas alternativas e que tenho certeza, serão a nossa saída!

“ Quando a última árvore tiver caído,
...quando o último rio tiver secado,
...quando o último peixe for pescado,
...vocês vão entender que dinheiro não se come."

Abraços!

Célis G. Souza

Formada pela Faculdade Dom Bosco, Cascavel - Pr. Tecnóloga Ambiental, Analista de Tratamento de Águas e Efluentes e Emissões Atmosféricas. Especialista em Aproveitamento de Água da Chuva. CREA: PR-111185/D

Veja também:

2 comentários

  • Link do comentário Pedro/Rio Bonito Segunda, 21 Maio 2012 08:31 postado por Pedro/Rio Bonito

    Parabens celis, financiadores de campanhas dos grandes estao ganhando muito com isso. Afinal se hj eles nao ajudarem estes, quem tomará frente junto aos gastos provenientes dos acertos políticos? Vamos pensar nisso!

    Relatar
  • Link do comentário André Quinta, 10 Maio 2012 19:51 postado por André

    Acredito que faltam pessoas com esse pensamento para cuidar do país. Os congressistas já não tem mais essa capacidade por que perderam com a ganância de produzir e lucrar. Parabéns! :)

    Relatar
Entre para postar comentários