Quinta, 19 Junho 2014 20:38

Paraná inicia programa para conservação de 350 microbacias. Cantu será beneficiada

O governador Beto Richa assinou nesta quarta dia 18, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, convênios do programa de Gestão de Solo e Água em Microbacias, que beneficiará inicialmente 30 municípios do Estado.

 

Os convênios farão a adequação ambiental de 350 microbacias e um investimento estimado em R$ 30 milhões até 2017.

 

O objetivo do programa é recuperar e manter a capacidade produtiva da terra, com base na gestão de microbacias hidrográficas. “A parceria do Estado com os municípios permite a recuperação e conservação do solo paranaense, que é a nossa maior riqueza”, afirmou o governador.

 

 

VANGUARDA - O secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, Ortigara afirmou que com este programa o Paraná irá modernizar o planejamento e a gestão ambiental para a correta utilização dos recursos naturais. Ele lembrou que o Paraná retoma as iniciativas de manejo de solos e águas em microbacias, que na década de 1980 colocaram o Estado na vanguarda do desenvolvimento sustentável.

 

As ações foram consideradas pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO como modelo para o mundo no manejo e conservação de solos. “A partir de uma determinação do governador Beto Richa, contratamos um empréstimo com o Banco Mundial, que permitirá um investimento consistente e qualificado na adequação ambiental das bacias hidrográficas em condições mais urgentes no Paraná”, explicou Ortigara.

 

 

AÇÕES - O programa envolve a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Instituto das Águas do Paraná.

 

A Agricultura e Emater vão investir em ações para melhorar a produção agrícola nas microbacias, corrigir os problemas existentes e planejar melhor as ações de correção dentro de cada região. Com as medidas, será possível beneficiar 29 mil produtores familiares.

 

O Instituto Águas do Paraná irá implantar 480 sistemas de abastecimento de água (poços tubulares), que beneficiarão aproximadamente 10 mil famílias com água de qualidade. Mais de 2.000 nascentes no Estado serão recuperadas ou protegidas com estas ações.

 

Os municípios que assinaram convênios para adequação de microbacias são Anahy, Cascavel, Corbélia, Iguatu, Terra Boa, Sertaneja, Dois Vivinhos, Ampére, Marmeleiro, Realeza, Santa Izabel do Oeste, Candói, Goioxim, Guarapuava, Fernandes Pinheiro, Irati, Tomazina, Laranjeiras do Sul, Paraíso do Norte, Bom Sucesso do Sul, Coronel Vivida, Mariópolis, Saudade do Iguaçu, Vitorino, Mercedes, Tupãssi, Altônia, Iporã, São Jorge do Patrocínio e Xambrê.

 

 

ECONOMIA RURAL - O governador disse que o programa de microbacias faz parte de uma série de iniciativas do governo estadual para apoiar os agricultores, garantir maior produção e produtividade às lavouras e propiciar mais renda e emprego no campo.

 

“A agricultura é a base da nossa economia, que gera muitas divisas ao Brasil e empregos à nossa gente. E nada mais inteligente que facilitar a vida de quem produz, garantindo as condições necessárias para produzir ainda mais em benefício de nosso Estado e do nosso País”, disse o governador.

 

Richa citou as ações de melhoria das estradas rurais, com a Patrulha do Campo e repasse de óleo diesel, investimento no Porto de Paranaguá, melhoria na infraestrutura rodoviária.

 

O prefeito de Iguatu, Flávio Aparecido Brandão, ressaltou a importância do programa em municípios com forte produção agrícola. “Iguatu é basicamente agrícola, 83% da nossa economia vem da agricultura. Por isso, esse convênio das microbacias é de extrema importância, pois garante o desenvolvimento de uma série de ações que beneficiam, principalmente, os pequenos agricultores”, afirmou ele.

 

ÁGUA - O Programa de Gestão de Solo e Água em Microbacias é parte de um projeto mais abrangente do Governo do Paraná, que inclui as áreas da Saúde, Educação e Abastecimento de Água e conta com US$ 350 milhões (aproximadamente R$ 775 milhões) de uma linha de crédito contratada pelo Estado junto ao Banco Mundial no final do ano passado.

 

O diretor-presidente do instituto das Águas, Everton Souza, afirmou que uma das preocupações do programa é a qualidade no abastecimento de água nas comunidades rurais. “Esse trabalho é muito importante, porque propõe a conservação da água e do solo das comunidades, evitando erosões e garantindo mais qualidade nos rios que abastecem a população paranaense”, disse Souza.

 

As ações do programa são distribuídas em 23 práticas individuais e coletivas para proteção do solo e da água e técnicas de produção animal e vegetal. Entre elas, estão os terraceamentos, curva de nível nas propriedades, estradas rurais integradas com as lavouras para evitar perda na erosão e perda de fertilidade em decorrência do escorrimento da água das chuvas, plantio direto com qualidade, proteção de fontes.

 

Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Scotti, responsável técnico pelo programa de Microbacias na Secretaria da Agricultura, a proposta é que estas ações tenham um efeito multiplicador para as comunidades que estão sendo beneficiadas.

 

“Elas podem, inclusive, buscar outras fontes de financiamento para alavancar os trabalhos iniciados pelo governo estadual. Esperamos também que aconteçam projetos semelhantes em outras localidades para as tecnologias de pesquisa e assistência técnica para determinadas regiões”, disse Scotti.

 

Nos últimos anos, em função da diminuição do incentivo, os produtores vêm deixando de seguir as normas e recomendações técnicas, forçados pela busca de maior eficiência. “Isso traz como consequência mais problemas como o aumento das perdas de nutrientes dos solos e o aumento de poluentes nas fontes de abastecimento e rios”, explicou o agrônomo.

 

Os produtores também poderão receber financiamentos nas ações individuais até o limite de R$ 6 mil cada um em cada microbacia. Além disso, a Emater vai usar imagens de satélite para identificar as áreas com passivo ambiental – como falta de reserva legal, de área de preservação permanente e de proteção de fontes – que serão trabalhadas junto com o agricultor.

 

 

 

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