Quarta, 29 Outubro 2014 09:37

Rio Bonito - Sem terra prometem intensificar ocupações

Mais de 1,4 mil famílias permanecem acampadas nas áreas produtivas da fazenda Araupel, em Rio Bonito do Iguaçu.

 

Logo após a definição do segundo turno das eleições, no último domingo, as mobilizações do grupo ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) se intensificaram, principalmente na praça central de Quedas do Iguaçu e no espaço pertencente à madeireira.

 

Segundo a assessoria de imprensa da Araupel, a manifestação dos acampados logo após o resultado das eleições foi assustadora. Gritos como “Agora a Araupel é nossa” foram ouvidos pelos moradores durante as comemorações da reeleição de Dilma Rousseff (PT). Os dias seguintes foram ainda mais conturbados, já que ontem logo pela manhã o grupo fechou as vias de acesso à empresa, além de apreenderem maquinários, impedindo que os serviços fossem executados pelos funcionários. A assessoria ainda informou que a partir deste momento os sem-terra não querem apenas os hectares que já foram invadidos, mas sim, toda a fábrica.

 

Nas últimas décadas, a Araupel cedeu 51 mil hectares à reforma agrária, o que impediu que novos investimentos fossem realizados no município, que há mais de 40 anos fortalece sua economia baseada na produtividade da empresa. Após a quarta invasão, ocorrida em julho deste ano, outros 33 mil hectares são ameaçados. Neste local são mantidas áreas de reflorestamento e árvores que há anos são cultivadas até que alcancem a maturação necessária para a sua comercialização.

 

A promessa de intensificar as ocupações em todo o território nacional foi confirmada após a publicação de uma reportagem na segunda, dia 27, na página oficial do MST. O texto mostra a avaliação do coordenador nacional do Movimento, Gilmar Mauro. Segundo ele, o esgotamento do modelo de crescimento em que “trabalhadores e patrões ganham” e a composição mais conservadora do Congresso recém-eleito, onde a bancada ruralista contará com 273 deputados e senadores a partir de janeiro (33% mais que na legislatura anterior), deve estimular a atuação dos movimentos sociais. “O próximo governo terá de escolher quem vai sair perdendo, e nós precisamos lutar para que não sejam os trabalhadores”, diz.

 

A reportagem de O Paraná procurou o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para esclarecimentos sobre o estudo dominial das terras da Araupel, considerado o principal embate entre a empresa e o MST. O Movimento garante que a área em que as famílias estão acampadas é da União, opinião divergente dos diretores da madeireira.  Entretanto, o superintendente do Instituto, Nilton Bezerra, não foi encontrado.

 

MST emite nota pública sobre confusão nas áreas da Araupel

 

A direção estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), de Rio Bonito do Iguaçu, veio a público esclarecer que, diante das informações veiculadas por alguns meios de comunicação da cidade de Quedas do Iguaçu, afirmando que a partir do dia 29 de outubro o governador reeleito, Beto Richa (PSDB), já havia assinado a ordem de despejo do Acampamento Herdeiros da Terra de 1º de Maio, diante desses fatos tomou-se os seguintes encaminhamentos. Dentre as explicações dadas pelo Movimento, afirma-se que as famílias assentadas e acampadas decidiram reforçar a vigilância próxima ao acampamento, tendo em vista a garantia da segurança de todos. “Além disso, acreditamos que o acordo selado entre o Incra, Secretaria de Segurança Pública do Paraná e o MST será cumprido, visto que este acordo garante que as famílias permanecerão na área até o levantamento da cadeia dominial da propriedade, que se diz da Araupel. Neste acordo a empresa pode trabalhar normalmente e retirar a madeira que possui”, relata a assessoria.

 

O MST divulgou ainda que as famílias acampadas acreditam que o Incra, o governo do Estado e demais órgãos responsáveis resolverão a questão sem conflitos, com base no diálogo, garantindo que todos possam ser assentados. “Por fim, a reforma agrária é uma questão social e não deve ser tratada como caso de polícia”, conclui.

 

 

 

 

Com informações de O Paraná

 

 

 

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    No local, queimou os seguintes itens: 1 colchão solteiro, 03 cobertores, 01 lençol, 01 cama, 01 ventilador, 01 térmica, 01 cuia, 01 bomba, 01 suporte, 02 toalhas de banho, 03 calças, 01 par de botinas, 01 par de chinelo, 02 travesseiros, 01 sofá, 01 aparelho televisor, 01 geladeira, 01 fogão, 01 cama com colchão, 01 botijão e 01 pia.

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    Relatou ainda que seu amásio é cadeirante e já lhe agrediu outras vezes.

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