Segunda, 29 Setembro 2014 10:54

Pinhão - Judô é indicado para as crianças por seus médicos e psicólogos

A Escolinha Municipal de Judô acolhe crianças a partir de 6 anos, vindas de todos os bairros da cidade e do interior. Além da parte técnica, o social também é trabalhado com elas. É exigido dos judocas boas notas escolares.

 

A turma da manhã é o pré-judô, composta por 28 crianças, de 6 a 14 anos. A turma da tarde é o pré-competição, formada por 25 a 30 crianças a partir de 8 anos. "Além da técnica, trabalhamos regras, arbitragem e a parte da alimentação", explica José de Assis, o sensei Zezinho. 

 

Essas crianças são a base do judô pinhãoense. Os dois lados ganham. O Município e os atletas. Quem já passou pela escolinha pode provar. Muitas histórias de vida, exemplos de judocas que pisaram nesse tatame. "Temos piloto de avião, tenente do bombeiro, policial do choque, professor, médico. Marquinhos hoje é instrutor de aviação em Londrina, um deles é professor na Unicentro. O melhor cardiologista do Brasil, Leonardo Lacava, já passou por aqui. Sempre incentivei e incentivo nossos atletas a estudar. Não queremos apenas um grande atleta, mas também um grande cidadão. O grande campeão da vida. Recebi uma mensagem do Anderson que falava: ‘sensei, os teus ensinamentos eu levei para o exército, sai e fui para o bombeiro, passei no concurso e hoje sou tenente e piloto de avião; a perseverança que me passou levei para minha vida; e hoje sou o que sou, graças ao senhor'", orgulha-se.

 

Para estimular seus atletas, sensei Zezinho conta com a administração municipal que cede toda a estrutura. Providencia os quimonos, transporte, alimentação e paga as inscrições nas competições.

 

Devido a problemas emocionais ou de saúde, muitas crianças são indicadas a praticar o esporte por seus médicos e psicólogos. Como é o caso do órfão Alan Cesar dos Santos Ferreira. O judoca de 12 anos ingressou no esporte há dois meses. Confessa que pensava que na escolinha iria brincar: "cheguei aqui e vi que a coisa é séria". Apesar de ser principiante, seguiu para o torneio em Prudentópolis e de lá trouxe a medalha de bronze: "perdi para dois faixas amarela", conta o morador da localidade de Invernadinha, que é aluno do 6º ano do Colégio Santo Antônio.

 

O professor conta que durante os treinos os iniciantes ficam tontos devido à má alimentação ou falta de preparo físico. Crianças acima do peso. "Vários casos de sedentarismo. Tem menino de 12 anos que está com 80 quilos".

 

Samuel Oliveira da Cruz, de 13 anos, morador do Bairro Mazurechem, desde o início dos treinos, em novembro de 2013, já sentiu melhora na sua saúde. Conta que tomava remédio controlado para convulsão. "Não tenho mais o problema e consegui emagrecer", relata. Ele também seguiu para Prudentópolis, lutou com um faixa amarela e um faixa laranja, garantindo a terceira colocação. "Fiquei um pouco nervoso na hora. Mas eu vi que não interessa a faixa, e sim, a raça". 

 

O sexo feminino é bem representado no judô pinhãoense, com uma porcentagem média de 40%. A atleta Mariane Silva, de 11 anos, é uma delas. A estudante do Colégio Morski, que mora no Bairro São José, se transformou em uma judoca em março de 2012. A faixa amarela foi impedida de participar do último torneio devido a problemas de saúde. "Tonturas, dores de cabeça". 

 

PAIS

 

O pai do pequeno João Lucas, de apenas 6 anos, conta que o filho treina há 20 dias. "Ele está gostando muito. O judô colabora na disciplina, e no caso do nosso filho, como moramos em apartamento, estava muito sedentário", conta Giovani D. Brolini.

 

Outro pai que acompanha o filho até a escolinha é Ronaldo Adriano Medeiros. Seu filho é o Rafael, morador do Bairro Dona Evanira e estudante do 3º ano do Colégio Eroni. "Agora está acompanhando bem, até em casa e na escola melhorou o comportamento".

 

HÁ 20 ANOS

 

A escolinha foi fundada há 20 anos em Pinhão, quando o sensei Zezinho chegou na cidade com o projeto voltado às crianças carentes. "Em 1991 eu trouxe o judô para o Pinhão. Agora, estou reassumindo a escolinha, nos fortalecemos este ano. Quando o Adaor Caldas assumiu a Secretaria de Esporte, me deu total autonomia para reativá-la. A perda não era somente dos atletas, mas também da sociedade e para a história de Pinhão, porque são 20 anos de caminhada", observa.

 

Quem quiser conhecer o espaço ou inscrever seu filho, pode seguir até o Ginasião nas segundas, quartas e sextas, das 9h30 às 11 horas, à tarde das 14h30 às 16 horas. E, à noite, a partir das 18 horas. 

 

A turma da noite é composta por 16 atletas graduados. Uma equipe preparada para competição. É a Seleção de Judô de Pinhão. (Com Jornal Fatos)

 

 

 

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