A APP-Sindicato obteve, nesta manhã, uma liminar que autoriza a entrada dos servidores públicos estaduais na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), derrubando o interdito proibitório que impedia que os professores acompanhassem das galerias a votação do projeto de lei que altera o Fundo Previdenciário do Estado. A liminar foi concedida pelo juiz substituto Márcio José Tokars, após pedido de habeas corpus impetrado pelo grupo de advogados Direito para Todos, libera a entrada de dirigentes sindicais e estudantes nas galerias da Assembleia Legislativa do Paraná, para que possam acompanhar as sessões dos deputados.
Com isso, os professores pretendem acompanhar a sessão e fazer pressão contra a mudança que, segundo eles, coloca em risco o futuro das aposentadorias de todos os servidores. "Nos iremos organizar grupos para que todos os núcçeos sindicais possam estar presentes nas galerias", afirma o Luis Fernando Rodrigues, diretor de comunicação da APP-Sindicato, que representa a categoria. A expectativa é de que cerca de 20 mil manifestantes se incorporem à mobilização, vindos em 60 ônibus do interior do Paraná.
Desde o início da manhã, a região do Centro Cívico, onde fica a sede da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), está com os acessos bloqueados e o trajeto dos ônibus que circulam na região foram alterados.Apesar da liminar, concedida às 9 horas desta manhã, o Batalhão de Choque mantém o cerco a Casa.
Neste segundo dia de paralisação do servidores, os professores contam com a chegada de 60 ônibus vindos do interior para reforçar o movimento. Segundo os secretário da APP-Sindicato, os carros já chegaram à Capital e os profissionais, concentrados na Praça 19 de Dezembro, conhecida como a Praça do Homem Nu, de onde devem sair em direção à Praça Nossa Senhora de Salete, às 10 horas.
O segundo dia de manifestações dos servidores estaduais contra o projeto que promove mudanças na Paranáprevidência é esperada uma adesão maior, segundo os dirigentes da APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual.
Ontem, cerca de 5 mil pessoas protestaram em frente ao Legislativo estadual, segundo a APP. Para a Polícia Militar (PM), foram 3 mil. À noite, alguns manifestantes montaram barracas na praça em frente ao prédio da Assembleia e prometeram continuar no local até a última votação, prevista para quarta, dia 29. Eles temem, porém, que a PM impeça sua permanência no local.
As manifestações desta segunda-feira em geral foram pacíficas (houve apenas um princípio de tumulto em frente ao Palácio Iguaçu). Mas o clima é de tensão constante. “Parece que vai ter que morrer alguém para chamar a atenção”, disse um servidor de Ponta Grossa que estava no protesto. A atmosfera de insegurança vem da lembrança das últimas manifestações de professores, em fevereiro, quando o prédio da Assembleia chegou a ser ocupado, o que culminou na retirada do projeto de lei pelo governo.
Greve dos servidores
Além dos professores da rede estadual de ensino e das universidades estaduais do Paraná, estão parados por pelo menos três dias, os servidores da Justiça do Paraná, agentes penitenciários e parte dos servidores da saúde.