Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, 65% do transporte da soja no país foi por esse meio em 2013. No porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o segundo maior exportador do país, o movimento está abaixo do normal. O escoamento da soja, em plena safra, está prejudicado. Neste terça, dos 925 caminhões previstos, apenas 67 chegaram. Segundo a direção do porto, mesmo com o fim do movimento, deverá haver lentidão no escoamento da soja.
No Paraná e em Santa Catarina, a JBS decidiu paralisar oito unidades de produção de aves e suínos. O principal problema é a interrupção no fornecimento de grãos para a alimentação dos animais e de insumos, como embalagens.
Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho. Preocupado com o impacto político e econômico do bloqueio das rodovias, o governo marcou uma reunião para esta quinta, dia 26, no Palácio do Planalto, para discutir com os caminhoneiros e empresas de transporte.
Segundo a Folha apurou, a ordem de Dilma é resolver o impasse o mais rápido possível. O governo, porém, teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes. Apesar da reunião marcada com o governo, muitos grevistas ainda realizam bloqueios na manhã desta quinta-feira em várias de rodovias do país.
Em Minas, os motoristas ainda enfrentam protesto de caminhoneiros em ao menos três rodovias federais, totalizando 12 bloqueios. A BR-381 é a rodovia com o maior número de trechos interditados por manifestantes. Das nove interdições registradas na via, sete são no sentido Minas e duas no sentido São Paulo. Já na BR-040, caminhoneiros bloqueiam dois trechos da via nas cidades de Nova Lima e Congonhas. Também há um bloqueio na BR-262, em Juatuba.
Desde a 1 hr, os motoristas encontram bloqueio parcial de caminhoneiros no km 427 da BR-101, em Atílio Atílio Vivacqua, no Espírito Santo. Os manifestantes permitem a passagem apenas de carros e ônibus. ADESÕES O movimento ganhou adesão também na Bahia, no Ceará, no Pará e em São Paulo. Caminhoneiros do Espírito Santo podem aderir à paralisação nesta quarta, dia 25.
Nem mesmo decisões da Justiça Federal no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, obrigando a liberação das rodovias, surgiram efeito. No Rio Grande do Sul, a Justiça determinou multa de R$ 5.000 por dia aos caminhoneiros que não deixarem as rodovias, mas a categoria decidiu manter a greve. Em Palmeira das Missões (RS), agentes da PF chegaram a tentar notificar os caminhoneiros, mas foram ignorados.