Quarta, 25 Março 2015 15:19

8 maneiras de se livrar dos padrões de beleza

Com tantos julgamentos e referenciais de “perfeição estética”, pode ser doloroso se olhar no espelho; entenda por que você não é obrigada a se enquadrar.

 

Intervenções estéticas, dietas malucas, insatisfação pessoal e brigas incessantes com o espelho. Viver cobiçando outros corpos e sendo julgada por não se parecer com as celebridades que ilustram as capas de revistas é realmente desgastante para a maioria das mulheres.

 

Não por acaso, o Brasil é o país campeão em número de cirurgias plásticas, segundo dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), divulgados em julho de 2014. A grande procura pelo bisturi, em grande parte, deve-se aos padrões estabelecidos pela mídia, que geram nas mulheres uma sensação de desconforto e inadequação.

 

Combinado a esses fatores, a psicóloga e especialista em distúrbios alimentares Luciana Kotaka menciona as maiores facilidades de pagamento oferecidas hoje em dia e a própria venda de produtos capazes de prover mudanças físicas para mulheres, que vão desde remédios supostamente milagrosos a aparelhos duvidosos.

 

No entanto, as cobranças não se restringem a partes do corpo que, com algum custo, podem ser mudadas. A jornalista com experiência em moda e comportamento Nathalia Birkholz lembra que, no Brasil, a imposição de padrões de beleza ainda diminui a representatividade de alguns grupos sociais, principalmente no que diz respeito a etnias e raças: “isso estimula a autorrejeição, não é saudável”, afirma.

 

Infelizmente, ter conhecimento dessas causas nem sempre é o suficiente diminuir as cobranças que a mulher faz a si mesma. “A vivência é única e particular”, diz a psicóloga, “ querer mudar o externo de forma excessiva pode acarretar instabilidade emocional e insegurança”. Dessa forma, o caminho para o bem-estar é transformado em um exercício diário, no qual é necessário muito amor e auto-aceitação.

 

Em teoria, é muito fácil apenas dizer que você não é obrigada a se sujeitar a inúmeros procedimentos estéticos e a fazer a dieta da moda para ficar mais parecida com alguma famosa, mas, na prática, lidar com essas imposições é muito exaustivo e, muitas vezes, frustrante. Apesar disso, mentalizar algumas coisas pode te ajudar a passar por isso com um pouco mais de serenidade.

 

 

1. Trabalhe a sua auto-estima

 

 

Começando pelo grande desafio: lute contra a insegurança, aprenda a gostar de você e se valorize. “Ser bonita e se sentir bem vai muito além da aparência do rosto e corpo, envolve também os sentimentos positivos que temos a respeito de nós mesmos e a capacidade de dar conta das imperfeições”, explica Kotaka.

 

Se você não consegue de forma alguma lidar com a sua auto-estima e está realmente insatisfeita com quem você é, considere procurar ajuda profissional. A psicóloga alerta que existe uma linha muito tênue entre o que é saudável e o que é patológico, por isso uma terapeuta pode te ajudar a se entender melhor.

 

 

2. Saiba quem você é

 

Você é sua melhor amiga! E, por incrível que pareça, o espelho pode estar ao seu lado! Ao invés de gastar longos minutos se observando e se lamentando pela espinha que apareceu, pelo olho direito ser maior que o esquerdo, pela bochecha grande demais ou pela barriguinha saliente, por que não investir seu tempo em um pouco de elogios? Descubra suas características que mais lhe agradam e, quando se sentir insatisfeita com a alguma parte do seu corpo, canalize seu pensamento para o que você gosta, incluindo traços da sua personalidade!

 

Nesse exercício, a intenção não é “disfarçar pontos fracos”, é aprender a gostar de você como você é, ainda que por partes. Também é válido quebrar suas próprias regras e dar uma chance a itens que talvez não te chamem tanta atenção: brinque com batons, delineadores, peças de roupas diferentes e deixe-se surpreender. Não gosta dos seus lábios? Experimente uma cor de batom que você sempre amou nos outros, por exemplo, e permita-se gostar dela em você!

 

 

3. Aprenda a lidar com elogios

 

 

Seja por vergonha ou por realmente discordar das lisonjas, mas pare de respondê-las com modéstia. Aceite-as e, posteriormente, vale até refletir sobre o que lhe foi dito. Não há problema algum em admitir que, sim, você é bonita.

 

 

4. Priorize a sua saúde

 

Além de todo cansaço psicológico que a vida sob pressão causa, sujeitar-se a dietas malucas, exercícios exagerados e a intervenções demasiadas ou duvidosas também pode ser prejudicial à sua saúde física. Entre casos de erros médicos, rejeição de materiais pelo organismo e outros efeitos colaterais, Luciana Kotaka cita o desenvolvimento de transtornos como anorexia, bulimia, ortorexia e pregorexia.

 

Aqui, vale se questionar: de que adianta fazer tudo pela aparência se você está em risco? No caso de restrições alimentares, também é importante lembrar que sua imunidade é posta em xeque, o que aumenta a vulnerabilidade a doenças.

 

 

5. Você é única

 

 

Já reparou no quanto as representações femininas na mídia são restritas? Você também já deve ter ouvido falar que a modelo com o nariz um pouco maior é dona de uma “beleza exótica”, certo? A grande questão é que o mundo é um lugar muito plural: as pessoas definitivamente não são iguais. Então, qual é o sentido de tentar mudar para ser mais parecida com alguém?

 

Como se mulheres fossem objetos produzidos em larga escala, a intenção é reduzir-nos a estereótipos, separar e nos valorar a partir de nossas características físicas. Contudo, pode ser válido pensar em algo tão clichê quanto a máxima “o que seria do amarelo se todos gostassem do azul?”: existe beleza na diversidade!

 

 

6. Isto não é uma competição

 

Vivendo em um mundo em que as mulheres são postas o tempo todo em rankings e classificadas por seu “tipo de beleza”, é absolutamente normal crescermos achando que precisamos ser mais bonitas que a amiguinha, mas existe um pequeno detalhe que, convenientemente, esquecem-se de contar às mulheres: isto não é uma competição!

 

Como já foi dito antes, há beleza na diversidade. E, por isso mesmo, há espaço para todo tipo de beleza no mundo! Nenhuma beleza precisa anular a outra para poder existir.

 

 

7. Você é humana

 

Perfeição não existe. Quase toda foto que vemos hoje em dia passa por vários tratamentos e edições para correção de defeitos e mesmo as mulheres que estampam as capas das revistas têm seus dias de cabelo disforme, acordam se sentindo estranhas ou travam conflitos com o espelho.

 

Apesar de todos esses conselhos e por mais que você se esforce para não cair na malha de imposições e padrões de beleza, pode acontecer de, em algum momento, você desejar com todas as suas forças ter um pouco mais de coxa, ter olhos maiores ou fazer uma plástica nas orelhas. Quando isso acontecer, não se culpe! Mas também não se deixe levar por esses pensamentos, é aqui que mora a importância do autoconhecimento: lembre-se daquela parte do corpo que você realmente gosta e foque no que te faz bem!

 

 

8. Você não é uma moeda de troca

 

 

Por fim, vale lembrar que você não é obrigada a nada. Você não precisa seguir tendências, estar sempre maquiada, deixar de comer seu doce preferido ou usar o salto que machuca seu calcanhar se você não estiver disposta.

 

Infelizmente, as mulheres são julgadas o tempo todo por sua aparência e pelo seu comportamento: a sociedade hostiliza aquelas que não se enquadram em características tradicionalmente consideradas femininas. Todavia, pode ser tranquilizador pensar que, como já escreveu a blogueira Erin McKean, do A Dress A Day: “ser bonita [no sentido imposto e padronizado do adjetivo] não é algo que você deva a ninguém. Não deve ao seu namorado, marido, companheiro, não deve aos seus colegas de trabalho e, sobretudo, não deve a desconhecidos na rua. Você não deve isso a sua mãe, aos seus filhos ou à civilização de modo geral. Beleza não é um aluguel que você paga por ocupar um espaço no mundo delimitado como ‘feminino’”.

 

A graça da vida, portanto, está na liberdade. Da mesma forma que você não precisa se obrigar a nada para se encaixar em padrões, você ainda é livre para escolher o que considera que lhe faz bem. Nada disso significa que você deva renunciar a moda, a maquiagem, a academia ou uma dieta balanceada se tudo isso te faz feliz; o fundamental aqui é encontrar um ponto de equilíbrio entre o que é saudável e o que pode vir a te prejudicar.

 

“Numa escala de importância, a beleza fica vários degraus abaixo da felicidade, muito abaixo da saúde e, se levada como uma penitência ou como uma obrigação, passa longe da independência, e você vai ter que esfregar os olhos para enxergá-la em meio à neblina”, sintetiza McKean.

 

Com um pouco de atenção às recomendações elaboradas a partir da conversa com a psicóloga Luciana Kotaka e a jornalista Nathalia Birkholz, é possível trocar a busca pelo corpo de capa de revista por outras quatro recomendações que podem te ajudar a levar uma vida com menos cobranças: ame-se, conheça-se, respeite-se e seja feliz!

 

 

 

 

Por Gabriela Petrucci (Dicas de Mulher)

 

 

 

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